quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Paciência tem limite

Assistindo ao RJ TV hoje na hora do almoço, me revoltei com uma observação feita pelo repórter Edimilson Ávila a respeito da revolta da população que mais uma vez não conseguiu chegar ao seu destino porque novamente a Supervia se mostrou ineficaz. Sob o calor infernal do verão carioca, tentando chegar em vão ao trabalho, cansados do descaso do governo em todas as frentes - e hoje principalmente em relação aos trens -, os usuários se revoltaram e partiram para a depredação. Foi então que o repórter disse que "depredação é inaceitável". Imagino que a população, aos olhos da Rede Globo, ou ao menos do referido repórter, deva, dia a dia, ser maltratada, humilhada, desservida - em silêncio. Aqui entre nós, que outra forma de externar sua revolta os usuários da Supervia poderiam ter? Deveriam eles, uma vez mais, se contentar com as promessas que nunca se cumprem e com simples desculpas? Ou seria melhor, como um bom povo ordeiro, engolir em seco, abaixar a cabeça e seguir adiante? Paciência tem limite. Como um anônimo disse na mesma matéria, todo dia eles passam pelos mesmos problemas nos trens lotados, com atrasos, sem ventilação, etc. Parece que hoje foi a gota d'água. Dia de fúria. Os usuários da Supervia cansaram. Será que para o Edimilson Ávila a população deveria fazer uma passeata até o Palácio Guanabara para, além de não ser recebida por nenhum representante nem do governo nem da Supervia, apanhar da PM, que estaria lá para evitar qualquer tipo de desordem? É claro que o vandalismo não é a melhor opção, mas paciência tem limite. Quando se é desrepeitado diariamente, quando se ganha um salário desumano, se mora mal e é achincalhado pelo poder público todo santo dia, chega uma hora em que o caldo entorna. Mas há uma luz no fim do túnel. Parece que para a Olimpíada de 2016 o problema estará resolvido. Mas teremos que esperar até lá, mesmo porque o secretário de transportes do Rio de Janeiro, Júlio Lopes, afirmou que problemas como o de hoje podem voltar a acontecer. Enquanto a população não desfruta de um transporte público de qualidade, que sofra ordeiramente.